A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NAS RELAÇÕES FAMILIARES
Patrícia Vasconcellos Pires Ferreira
Nos
famosos chats da Internet, crianças, jovens, adultos e idosos também “vivem” o
auge da simulação: no mundo virtual, ou das possibilidades, podemos criar
personagens, inventar roteiros para a história de nossa vida virtual. As
informações fornecidas não precisam ser fidedignas à nossa vida real, já que
não podem ser checadas.
Os
videogames reforçam a nossa onipotência, devolvendo-nos o mito de Narciso
perdido na nossa tenra infância.
Dessa
forma, vamos como que driblando a nossa castração e os nossos limites e
desenvolvendo um individualismo cínico onde o outro, enquanto ser humano, vai
perdendo, cada vez mais, o rosto, diluindo-se em telas, estatísticas ou
números. Até a televisão estimula a nossa passividade frente à sociedade: somos
apenas espectadores, não nos implicamos como agentes transformadores.
Com
tantos recursos tecnológicos desenvolvidos para facilitar a comunicação entre
as pessoas, como o telefone celular, os computadores em rede, o fax, a
televisão, o videocassete, será a tecnologia a nossa máscara do
isolamento?
Gilberto
Dimenstein, em sua coluna na Folha de São Paulo (em 28 de maio de 2000), pontua
a mudança de comportamento dos jovens americanos que estão com falta de
disposição para o ritual do convívio social:
“Conversa-se
bem à distância e administra-se mal a proximidade, uma óbvia e-diotice. Os
seres humanos perdem, e as máquinas ganham interatividade. Difícil encontrar
pessoa, especialmente entre os mais jovens, hábil em contar boas histórias,
fazer relatos interessantes sobre suas experiências, na admirável tecnologia do
bate-papo.
Nada é mais
interativo (nenhum software chega perto) do que uma boa conversa, movida a
sorriso e olhares reais.”
Por: Copyright© 2014 @Kbym
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