"ACREDITO QUE O HAITI AINDA SERÁ UMA GRANDE NAÇÃO"
UM CAMINHO A SER PERCORRIDO
Em fevereiro desse ano, um grupo de 10 médicos brasileiros formado na Escola Latino americana de Medicina, onde também me incluo, embarcou rumo ao Haiti, como parte da maior missão medica existente naquele país, que é a brigada Cubana. Acompanhe algumas partes dessa linda e humana experiência:
Dr. Tony Gleuber Pereira da Silva , graduado na ELAM em 2009, natural de Aracaju- SE, uma daquelas pessoas que ver a prática como único meio de demonstrar o compromisso que cada um tem com a causa social.
Dra: Sarah Zapico Breta, graduada na ELAM em 2009, natural de Sabará-MG, uma médica com elevado sentimento pelas causas humanas, hipercrítica e comprometida.
Dr. Adriano de Oliveira Carneiro, graduado na ELAM em 2006,natural de Cruzeiro do Oeste- PR, prático, formulador, com um elevado conhecimento de gestão em saúde.
Dra. Marina Abreu, corradi Cruz, graduada na ELAM em 2007, natural de Betim-MG, gestora em saúde, humanista, movida pelo principio do amor com os povos.
Dr. Pedro Melo, graduado na ELAM em 2006, natural de Aracajú-SE, um ser humano incrível, daquelas pessoas que transporta energia do bem e irradia ao meio, conseguia manter meio o caos haitiano o auto-estimar do grupo com seu bom humor.
Dra Ana Rosa Santana Tavares, graduada na ELAM em 2009, natural de São Paulo-SP, movida por princípios humanistas e internacionalistas.
Dr. Marcio Rogério Camargo, graduado na ELAM em 2009, natural de Novo Horizonte do Sul-MS, uma daquelas pessoa que segue a risca a teoria de que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Conhecido como Jacaré, não tem vaidades, sua marca é a humildade.
Dr. Christian Anderson dos Santos Guzman, graduado na ELAM em 2007, natural de Urbano Santos – MA, mm médico com visão de futuro avançada, ético e com objetivos claros.
Dr. Janilson Lopes Leite, graduado na ELAM em 2009, Natural de Tarauacá-Acre, Acredito que tudo na vida é possível, inclusive que um dia o Haiti será uma grande nação.
Dr. Alberto Campos, graduado na ELAM em 2006, natural do Rio Grande do Norte, vive uma vida internacionalista, casado em Cuba e tem Planos de morar definitivamente no Haiti.
A viagem:
Cada um dos médicos saiu de seu Estado, com passagem custeadas pelo governo Cubano. No trajeto, cruzamos todo o Brasil em vôos nacionais chegamos até São Paulo, daí a TAM e GOL nos levou pra Caracas- Venezuela ou Buenos Aires-Argentina. Nessas capitais embarcamos na Cubana de aviação com destino a Havana, onde passamos uma semana, recebemos varias vacinas, algumas instruções e partimos rumo ao Haiti.
No aeroporto de Caracas descansamos um pouco
Grana curta, arepa cara, a saída foi dividir duas delas em cinco pedaços. O milagre dos Paes...
Aeroporto de Havana, nós e outros médicos latinos americano sob uma mesma bandeira. A Cubana.
Dr. Guzman, carro lotado e muita expectativa umo ao Haiti.
A chegada ao Haiti:
A ansiedade era enorme, saímos de havana na madrugada de 28 de fevereiro em um vôo da aerocaribenha, fizemos escala em Santiago de Cuba, e as 8:35 am sobrevoávamos o Haiti, era uma imagem sinistra, parecia uma mina de pedras, de concreto em contraste com as cores de azul e branco das cabanas que passou a ser a moradia oficial no país. Quando a avião pousou parecia que estávamos meio a uma grande guerra, muitos soldados, caminhões, tanques, destruição, um ambiente de elevada repercussão psicológica. Autoridades cubanas nos esperavam no aeroporto.
O contato com a destruição e o caos. Assim está Porto Príncipe.
Finalmente pisamos em solo Haitiano, o que parecia meio fantástico era realidade, estamos pela primeira vez demonstrando que a incorporação do humanismo durante nosso processo de formação era uma realidade. Haiti aqui estão os médicos brasileiros formados na ELAM. Acabamos sendo a maior brigada não organizada institucionalmente, perdendo apenas para Bolívia e Venezuela, onde Chaves e Evo deram incentivos e condições para a ida de seus médicos.
Com orgulho representando o Brasil
Uma nova etapa de nossas vidas estava começando naquele momento
As orientações
Muita atenção
Rumo ao ônibus que nos levaria pra o acampamento
A equipe com Dr Carrizo, reitor da Escola Latinoamericana de Medicina. Um profissional sem igual. Estava no Haiti dirigindo o processo de discussões sobre a implantação de um novo sistema de saúde no Haiti e os trabalhos de nossa brigada.
O contato com a destruição e o caos. Assim está Porto Príncipe.
No trajeto rumo a nosso acampamento, fomos presenciando cada cena, parecia filme ou a consolidação da teoria do caos, um ambiente que modificava a cada momento, a expressão de cada um de nós, algo que com certeza nunca mais esqueceremos.
Um país vivendo em carpas, quer dizer os que conseguiram uma.
A destruição, algo inacreditável. Quilômetros de concreto. Em alguns lugares ainda cheirava a mortos.
Os meios de transporte
A busca por alimentos, um caos.
Os esgotos a céu aberto, foco para as epidemias pós terremotos.
O Abandono
O acampamento:
Instalamos-nos na área de uma escola muito simples, a vida adquire um novo caráter, vivendo em casa de campanhas em grupos de seis, água e alimentos racionados, banheiro sem luxo, privadas tipo letrinas, cercado de muita miséria, crianças que visitavam nosso espaço em busca de salvação, um novo ambiente. Ali formamos uma grande família, onde a principal tarefa além de cuidar da saúde dos haitianos, era cuida um dos outros.
Levantando a tenda e limpando o espaço onde passaríamos a viver.
Nossa tenda.
A brigada brasileira
Limpando o terreno
Prontinho, aqui vive virou nossa casa
A proteção com mosquiteiros era indispensável num país endêmico em malaria e com uns pernilongos que pareciam uns morcegos.
O banheiro, de gotas em gotas nos banhavamos e tudo terminava bem
Um dos momentos mais desgradaveis era a visita a este lugar.
Sala de consultas
Hospital
Laboratório
Utrasonografia e eletrocardiograma
Urgências
Fisioterapia
Fé e esperança
O trabalho
Todos os dias, além do trabalho prestado dentro do acampamento nas mais diferentes áreas, ainda formávamos grupos de trabalhos que marchavam comunidades adentro com medicamentos para salvar vidas. Lideres comunitário reuniam a população em igrejas, escolas, creches, bairros, no meio de grande acampamentos, e ali fazíamos serviços de assistência. Cada viagem era uma historias diferentes, comunidades que nunca tiveram um médico, crianças órfãs de pai e mãe etc. Percebíamos na expressão de cada Haitiano a esperança projetada em nós, alguém com quem poderiam contar naquele memento difícil de suas vidas, de dor, enfermidades, fome, falta de perspectivas. Parecia ser uma responsabilidade muito grande pra que naquele momento só podia ajudá-lo com seus problemas de saúde. O trauma psicológico devido a perca de familiares é uma marca que nunca mais deixará pais e filhos serem os mesmo naquele país.
Consulta em terreno, filas longas,muitas patologias, sobretudo de pele e do aparelho respiratório. A proteção era indispensável. A anemia como conseqüência do paludismo era um evento comum.
Dra Sarah, muita dedicação e carinho com aquele povo sofrido.
Dra Marina, Chegou a comunidades onde jamais as pessoas haviam visto um médico na sua frente. Regiões das altas montanhas Haitianas
O Psiquiatra da equipe, havia momentos que seus serviços serviam também pra membros da equipe médica, pois o trauma psicológico de esta no meio de tanta miséria, daquela barbárie humana, não era bem manejada por todos. Na comunidade ele trabalhava com as crianças em especial tentando diminuir a agressão que aquele terremoto imprimiu no “espírito” de cada individuo. Esquecer será impossível, pois jamais se esquecerão de seus familiares pedidos naquela catástrofe.
Dr. Pedro em consulta de pediatria, uma identificação profissional
Dr. Adriano, deixou a esposa e seu filho pequeno no Brasil, os quais sempre eram relembrados, aqui ele buscava distribuir um pouco de seu afeto paterno para as crianças haitianos
Eles adoram mexer nos cabelos da gente....fazendo festa.
Somente estas criaturas conseguiam dormir tão tranquilamente. Sua inocência não os permitiam medir a dimensão da complexidade de seu mundo.
Dr. Marcio, o Jaca, aqui em consulta clinica, mas sua fascinação era pelas atividades cirúrgicas. Era preciso muita cautela e proteção para entrar nas atividades cirúrgicas. Muitas doenças fazem parte da epidemiologia haitiana, sobretudo a AIDS.
Grande Dr. Guzman em consulta. O que poderia ter essa paciente com esse biótipo tão longilíneo, emagrecido, rosto de sofrimento. Bom aqui ele esta examinando o aparelho respiratório, só falta a febre e sudoreses noturna. Alguém arrisca dizer do que se trata? Possivelmente TB, algo muito freqüente. Cadê o nasobuco Dr.?
Mais no Blog do Janilson 2010
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