ACRE SE DESTACA EM AÇÕES AFIRMATIVAS NO 1º CICLO DA POLÍTICA NACIONAL ALDIR BLANC
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O Acre se
tornou referência nacional na implementação de ações afirmativas no âmbito da
Política Nacional Aldir Blanc (PNAB). O reconhecimento foi feito pelo
Ministério da Cultura (MinC) durante a mesa “Ações Afirmativas na Política
Nacional Aldir Blanc: implementação, desafios e oportunidades”, realizada nos
dias 7 e 8 de outubro, em São Paulo, como parte do 1º Seminário Nacional de
Ações Afirmativas na Cultura.
Durante o encontro, o MinC apresentou dados do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), que apontam o desempenho dos estados na execução de cotas e editais específicos dentro do orçamento anual de R$ 3 bilhões da PNAB. Em todo o país, a reserva mínima obrigatória de 25% para pessoas negras, 10% para indígenas e 5% para pessoas com deficiência foi superada, somando R$ 689 milhões destinados exclusivamente a ações afirmativas.
No cenário
nacional, o Acre se destacou de forma expressiva. A partir das escutas
culturais iniciadas em 2024, a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), em
parceria com o Conselho Estadual de Cultura e a Comissão Intergestores
Bipartite, consolidou as propostas do movimento cultural e publicou editais que
destinaram 50% das vagas a ações afirmativas e inclusivas, superando os
percentuais previstos pela Lei nº 14.399/2022.
Além de
ampliar o alcance territorial das políticas culturais, o estado promoveu a
municipalização das vagas e adotou pontuação extra, conforme critérios da
Instrução Normativa nº 10/2023, do Ministério da Cultura.
De acordo
com os dados do SNIIC, o Acre atingiu o mínimo de 25% de vagas destinadas a
pessoas negras, ampliou de 10% para 22% a reserva para indígenas — o segundo
maior percentual do país — e elevou de 5% para 14% a reserva para pessoas com
deficiência, empatando com o Distrito Federal na primeira colocação nacional.
O estado também se destacou pela criação de editais regionalizados e voltados à valorização das culturas tradicionais e dos saberes populares, entre eles a “Premiação de Fortalecimento da Cultura dos Povos Originários”, que destinou 80 vagas para artistas e produtores indígenas, com investimento de R$ 1,2 milhão, e a “Premiação de Mestres e Mestras da Cultura”, voltada a detentores de saberes e expressões culturais, que ofereceu 60 vagas e investimento de R$ 900 mil.
Comprometido
com a democratização da cultura e com a justiça social, o Acre já iniciou os
trabalhos do 2º ciclo da PNAB, reafirmando o compromisso com o fortalecimento
das políticas afirmativas. Durante o seminário, o estado apresentou, ao lado de
gestores e ativistas culturais, a proposta de criação de um Marco Regulatório
Nacional de Ações Afirmativas, que prevê a ampliação para 50% da reserva de
vagas em políticas culturais em todo o país — iniciativa voltada a garantir
maior acesso das minorias sociais aos mecanismos de fomento.
Segundo o
presidente da FEM, Minoru Kinpara, o diálogo direto com os artistas e
produtores culturais é essencial para a construção de políticas públicas
efetivas.
“A cultura é
um direito de todos e deve alcançar todas as vozes, cores, corpos e
territórios. O Acre tem mostrado que é possível construir políticas públicas
com justiça, compromisso e equidade. Os dados refletem a escuta ativa da
sociedade e a decisão firme de colocar as ações afirmativas no centro da
política cultural. Mais que cumprir a lei, o estado do Acre tem inspirado o
Brasil a avançar rumo à inclusão”, destacou.
O
reconhecimento nacional reforça o compromisso do governo do Estado e da FEM com
a consolidação de políticas culturais mais justas, participativas e
representativas, que reafirmam o papel da cultura como instrumento de
transformação social.
Por: Copyright© 2025 @Flávio Santos
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