sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

122 ANOS DA REVOLUÇÃO ACREANA: FIM

 HÁ 122 ANOS, CHEGAVA AO FIM A REVOLUÇÃO ACREANA; RELEMBRE O MOMENTO QUE ANEXOU O ACRE AO BRASIL

ERA O FIM DA BELIGERÂNCIA MILITAR QUE PROMOVEU UMA AUTENTICA CARNIFICINA EM AMBOS OS LADOS, DURANTE A REVOLUÇÃO ACREANA

No dia 24 de janeiro de 1903, o exército boliviano comandado por Lino Romero foi vencido e seus homens se renderam e depuseram as armas/Foto: Arquivo

O feriado desta sexta-feira (24), relativo ao Dia do Católico, celebrado a cada 20 de janeiro e que foi transferido pelo governador Gladson Cameli para hoje, de alguma forma, ofuscou o feriado do Término da Revolução Acreana, em 24 de janeiro d 1903. Portanto, hoje, faz 122 que a beligerância entre os chamados brasileiros do Acre, sob a liderança de José Plácido de Castro,  e os homens do exército regular boliviano, foi cessada com baixas de ambos os lados.

As estimativas dão conta de que mais de 500 homens, de ambos os lados, perderam suas vidas em combate – o que, para os padrões e a população da época na região, poderia ser considerado uma autêntica carnificina. O momento mais duro da batalha foi na chamada “Batalha do Bahia”,  às margens do igarapé que hoje faz a divisa entre Epitaciolândia (Brasil) e a cidade de Cobija, na Bolívia. Ali, graças a Bruno Raqua, aliado dos bolivianos e habilidoso para líder com flechas incendiárias, disparava principalmente contra a cobertura dos batelões que transportavam os insurreitos brasileiros. 

Como a cobertura das embarcações eram feitas de ubim, uma palmeira terrestre cujas folhas, quando secas, são de alta combustão, os batelões pegavam fogo e quem estava dentro era obrigado a pular para a água para fugir daquele inferno de chamas. Quem pulava, era fácil para as balas dos bolivianos.

Até hoje, no centro de Cobija, há uma estátua atribuída ao indígena Bruno Raqua, em posição de combate como a atirar flechas incendiárias contra Brasileia, no lado brasileiro. Sinal de que os bolivianos não deglutiram tão facilmente a capitulação, em 24 de janeiro.

Depois da vitória no Bahia, a guerra para os bolivianos começou a ser perdida para o exército seringueiro de Plácido de Castro com a tomada da cidadezinha onde ficava a Intendência boliviana, uma espécie de sede do Governo, na cidade de Mariscal Sucre, transformada em Xapuri, em homenagem ao rio com este nome que se encontra com o rio Acre a poucos minutos de barco do que e hoje o centro urbano da cidade onde morreu o líder sindical Chico Mendes, em 1988. O ataque à antiga Mariscal Sucre deu-se a 6 de agosto de 1902.

Contam historiadores que, após a derrota em Mariscal Sucre, transformada em Xapuri, os bolivianos enviaram tropas do exército regular para o Acre, Instalados em Puerto Alonso, hoje chamada de Porto Acre, o delegado da Bolívia na região, Dom Lino Romero, preparou um batalhão para lutar contra Plácido de Castro.

Sob o comando de Rozendo Rojas, subiu o rio Acre e se instalaram na Volta do Seringal Empesa, hoje a  Capital Rio Branco. Ali surpreenderam a tropa de Plácido de Castro, os obrigando a recuar, depois da baixa de muitos soldados brasileiros companheiros tombados no campo de batalha.

Plácido de Castro recua, e se instala no Seringal Bagaço, onde se reorganiza. E passa a contar já com mais 3 batalhões: Novo Destino, 150 homens; Pelotas, com 100 homens; e Xapuri, com 300 homens, conta a história. 

Em 5 de Outubro de 1902, volta a atacar, e retoma Volta do Seringal Empresa.  Antes de seguirem para Puerto Alonso, o local onde houve a batalha final, Plácido de Castro ainda enfrentou diversas batalhas nas localidades de Xapuri, Brasiléia, no Alto Rio Acre, e até nos territórios bolivianos no povoado de Carmen, no Rio Tauamano e os povoado de Santa Rosa e Costa Rica, nas margens Rio Abunã.

Finalmente, na data de 15 de Janeiro de 1903 entra em Puerto Alonso. Depois de 9 dias de batalha, justamente no dia 24 de janeiro de 1903, o exército boliviano comandado por Lino Romero foi vencido e seus homens se renderam e depuseram as armas. Estava então encerrada a luta armada por nosso território acreano. Plácido de Castro foi aclamado governador do Estado Independente do Acre, com sede do governo em Xapuri e lá permaneceu até renunciar o cargo e vir para Empreza ou Rio Branco para tomar conta dos seringais que adquirira. Encontrou a morte a tiros, cinco anos depois, no Seringal Benfica. Fonte:

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