TIPOS DE DEPRESSÃO: CONHEÇA OS PRINCIPAIS
CATEGORIZAÇÕES TEM MUDANÇAS NAS CAUSAS OU MANIFESTAÇÃO DOS
SINTOMAS
Quando
pensamos na depressão, sempre imaginamos um quadro de grande tristeza, em que a
pessoa busca apenas ficar reclusa. No entanto, se engana quem pensa que este
quadro é único, existem diversos subtipos de depressão.
SINTOMAS: "Os sintomas da depressão são praticamente
os mesmos, independentemente de seus subtipos", ressalta o psiquiatra
Mario Louzã, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. O que
muda são outras características, como sua duração e outros sinais que a
acompanham.
1. Episódio depressivo
Um episódio
depressivo costuma ser classificado como um período de tempo em que a pessoa
apresenta uma alteração em seu comportamento. De acordo com o psiquiatra Diego
Freitas Tavares, pesquisador do Programa de Transtornos Afetivos (GRUDA) do
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP), uma pessoa passando por um episódio
depressivo apresenta sintomas da síndrome depressiva, como:
- Humor
deprimido
- Falta de
energia
- Falta de
iniciativa e vontade
- Falta de
prazer
- Alteração do
sono
- Alteração do
apetite
- Lentificação
do pensamento
- Lentificação
motora
Estes
quadros tendem a ter uma duração mais curta, de até seis meses, sem uma
intensificação dos sintomas.
2. Transtorno depressivo maior
No entanto,
se a pessoa começa a ter quadros depressivos recorrentes ou mantém os sintomas
de depressão por mais de seis meses com uma intensificação do quadro, pode-se
considerar que ela esteja passando por um transtorno depressivo maior. "Este quadro costuma iniciar-se mais
tardiamente na vida, após os 30 anos de idade e responde melhor ao tratamento
com medicamentos", pondera Tavares.
Normalmente
o transtorno depressivo maior é um quadro mais grave e também tem grande
relação com a herança genética. Nele há uma mudança química no funcionamento do
cérebro, que pode ser desencadeada por uma causa física ou emocional? Por isso
é importante encontrar a causa central dela, para que o tratamento seja mais
efetivo?, friza o psiquiatra Pérsio Ribeiro Gomes de Deus, diretor-técnico de
saúde do Hospital Psiquiátrico da Água Funda (SP).
3. Depressão bipolar
As fases de
depressão dentro do transtorno bipolar também são consideradas um subtipo de
depressão. "Existe a depressão
bipolar tipo 1, que é intercalada com episódios de euforia (a chamada mania) e
a tipo 2, na qual os episódios fora da depressão tem uma euforia um pouco menos
intensa", classifica Louzã.
Os sintomas
apresentados na fase de depressão são os mesmos de um episódio depressivo. Já
nas fases de euforia, o paciente pode apresentar sintomas como:
- Agitação
- Ocupação com
diversas atividades
- Obsessão com
determinados assuntos
- Aumento de
impulsividade
- Aumento de
energia
- Desatenção
- Hiperatividade
A pessoa com
um quadro de mania geralmente acha que está bem e saudável. "Casos de tipo
1 podem levar a uma ativação do cérebro tão evidente que culmina em quadros com
delírios de grandeza", alerta Tavares.
Nos
transtornos bipolares do tipo 2, essas fases costumam ser mais leves.
4. Distimia
A distimia é
um transtorno depressivo mais leve, porém persistente. "A pessoa consegue seguir sua vida,
trabalhando e dando conta de suas atividade cotidianas, mas têm uma qualidade
de vida ruim, sendo consideradas pessoas negativas a maior parte do tempo",
comenta Gomes de Deus. Os sintomas principais deste quadro são o mau
humor, a irritabilidade, pessimismo e o isolamento social.
O quadro de
distimia muitas vezes não é diagnosticado, pois é confundido com mau humor e
com o jeito de ser da pessoa. No entanto, quando identificada, a distimia tem
sim tratamento e costuma melhorar com medicação.
5. Depressão atípica
Normalmente
os quadros de depressão costumam ser melancólicos, em que o paciente apresenta
principalmente tristeza e pensamentos de morte, desesperança e inutilidade.
"No entanto, a depressão pode ser
atípica quando há predomínio de falta de energia, cansaço, aumento
excessivo de sono e o humor apático", enumera o psiquiatra Tavares.
6. Depressão sazonal
O maior
exemplo de depressão sazonal são os episódios de tristeza relacionados ao
inverno. "Este quadros são raros em
locais como o Brasil, em que o sol aparece o ano todo, no entanto podem ocorrer
devido à baixa exposição à luz solar que ocorre em locais de latitude mais
elevada", contextualiza Louzã.
Existem
outros tipos de depressões sazonais, ligadas à épocas do ano. "As festas de final de ano são um período em
que estas depressões ocorrem bastante, devido ao período de reflexão",
considera Gomes de Deus.
Fique atento
com períodos de tristeza de desânimo que acontecem em períodos épocas
específicas - sempre que está frio ou sempre próximo de uma data específica,
por exemplo.
7. Depressão pós-parto
A depressão
pós-parto é um tipo específico de depressão com causa definida: devido a queda
dos níveis hormonais na gestação. "Durante
a gravidez o corpo entra em um equilíbrio hormonal muito grande, e a queda
abrupta dessas substâncias pode levar o corpo a se ressentir, reagindo com um
quadro depressivo", considera Gomes de Deus.
8. Depressão psicótica
A depressão
psicótica alia os sintomas de tristeza a outros menos típicos, como delírios e
alucinações. "A pessoa tem ideias
convictas de que está em ruína ou que o corpo está apodrecendo, por ter
alucinações nas quais escuta vozes depreciativas ou vê vultos da morte vindo
para levá-lo", exemplifica Tavares.
Este é
considerado um tipo de depressão grave, mas costuma ser raro. No entanto,
qualquer pessoa pode desenvolvê-lo, e não só quem tem histórico de psicoses na
família.
Outros tipos de quadros ligados a depressão
Depressão reativa: A depressão reativa é uma classificação não
mais usada, mas são sintomas depressivos ligados a um acontecimento específico.
Normalmente era tratada com psicoterapia em vez de medicamentos? Hoje sabemos
que esse tipo de condição ou classificação é inadequado, visto que o fato de o
paciente ter apresentado algum evento psicológico prévio não indica se a doença
é cerebral ou psicológica e se necessita de tratamento medicamentoso ou não?
Ressalta Diego Tavares
Tensão pré-menstrual: A maioria das mulheres apresenta sintomas
depressivos durante a TPM, e apesar desta fase não ser considerada uma
depressão em si, é um quadro relacionado? Não constituem um episódio depressivo
per si, pois são de curta duração e não chegam a ter a intensidade de um quadro
depressivo?, Considera Mario Louzã. FONTE:
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