QUANDO FICAR SOZINHO É BOM PARA REFLETIR
Dificilmente as pessoas escolhem ficar sós, elas são
deixadas sós...
Desde pequenos, a ideia de “ficar só” nos é passada apenas
como algo ruim e vinculada a pessoas que não conseguem ser amadas ou aceitas, à
dificuldade que têm de viver em relação e assim por diante.
E, assim, "crescemos", rejeitando e temendo a
solidão, jamais vendo nela um caminho. Não é raro conhecermos pessoas que fogem
dela a maior parte do tempo e, ironicamente, elas mesmas a geram. E, justamente
por temê-la, justamente por vê-la apenas como um estigma e uma situação
injusta, essas pessoas são "deixadas sós".
Quando você é deixado só, o mundo perde o encanto e a vida
perde o prazer. Torna-se difícil achar graça no que é só seu. Parece que a
criança que existe dentro de cada um reclama por uma platéia que a aplauda, que
confirme sua existência.
Entretanto, se você opta por ficar só, por reconhecer que
este é o melhor caminho, naquele momento, a vida e o que o cerca não perdem a
cor, pelo contrário, tomam nuances desconhecidas e libertadoras.
De repente, você pode estar pensando: “Mas eu não acredito
que alguém queira ficar só!“ Você se esqueceu do que foi dito? É uma questão de
escolha, escolha assumida, e não um mero querer por querer. E, na vida, existem
vários momentos em que esta escolha pode ser muito boa. Não sei se você vai
concordar comigo, mas aí vão algumas situações:
·
Quando você
prefere ficar só a fazer o que não lhe dará prazer, mas somente ao outro.
·
Quando você
se despede de alguém que faz com que você se sinta sozinho, apesar de
acompanhado.
·
Quando você
está à procura de si mesmo, de suas verdades, de seu centro.
·
Quando você
quer se sentir livre, dar força aos seus desejos e sair da prisão.
·
Quando você
quer perder o medo de não conseguir viver sem alguém ao seu lado.
·
Quando você
termina um relacionamento e precisa de um intervalo para reconstruir seus
valores, antes de se envolver novamente.
Entretanto, antes de qualquer coisa, você tem que sentir a
necessidade desta escolha, em função de seu bem-estar. Fica difícil reconhecer
as vantagens deste momento, quando o outro nos deixa, quando não temos metas,
quando desqualificamos nossas necessidades e desejos, quando não nos
apropriamos de nossa história, quando só sabemos viver em função de alguém,
quando brigamos com a realidade e não aceitamos o fato de que podemos nos
relacionar e estar com, mas só estar com, e não ser preenchido pelo outro.
Quando a escolha é nossa, porque reconhecemos que, assim,
nossa vida será mais saudável, a gente consegue se sentir forte por dentro,
aberto para o mundo que é vasto, diverso, rico em situações e trocas e que nos
acompanha até o final.
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