"MINHAS LEMBRANÇAS DO RIO TARAUACÁ"
(Gilberto
Saavedra)
MINHAS
LEMBRANÇAS DO RIO TARAUACÁ
(Gilberto
Saavedra)
Um olhar
extasiado
Num
fascinante mundaréu desconhecido
Das
lembranças estremecidas
De uma
inocência colorida.
Viajei e
fantasiei num retorno ao passado
Adentrei ao
fundo de minha alma abençoada
E comecei a
sonhar no fecundo flúmen
Do rio
Tarauacá.
Ah!
Se eu
pudesse agora como neste sonho
Flutuando em
tuas caudalosas águas
Correndo em
suas praias como no tempo de criança
Para sentir
em meus pé sua força tempestuosa
Que eu
desemboquei
Das
correntes inquietas no meu traço infantil
Nos fortes
banzeiros das águas hostis
Que batia e
quebrava
Nas ourelas
do rio.
Rio
Tarauacá!
Das
inexploradas e primorosas
Paragens
adormecidas
No
infindável chão úmido de um verde florestal.
Rio
Tarauacá!
Dos imensos
barrancos caídos
Num pardo
avermelhado
Deixando o
líquido barrento
Em toda
ribanceira.
Rio
Tarauacá!
Dos
tormentos dos desbravadores
Palco de
tantos massacres e selvagerias
De
comandantes e heróis anônimos
Que você
testemunhou
E com suas
lágrimas derramadas
Todo o rio
chorou.
Rio
Tarauacá!
Vale das
terras indígenas
Dos bravos
‘guerreiros ’
Das águas da
vida
Do Envira,
Jordão ao Muru.
Rio Tarauacá
de ‘Felizardo Cerqueira’
No longínquo
Jordão
O
catequizador de índios
Com glória e
devoção
Amansava ou
expulsava
Na bala ou
no facão.
Do
legendário e cruel ‘Pedro Biló'
No alto
Tarauacá
Dizem que é
acreano mas pode ser do Ceará
Homem de
preces poderosas
De corpo
fechado com o rifle de papo amarelo
Dizimou os
silvícolas
Grande
‘matador de índios’
Dos valentes
‘Kaxinawá (s). (Mataram a mãe de P. Biló).
Índios
Papavó (sem 's'), ‘canibais indomáveis’
É como se
fosse uma lenda
Para ninguém
acreditar
Impiedosamente
massacrados
Nas
sanguinárias correrias.
Rio
Tarauacá!
Paraíso das
praias estonteantes
Que renascem
nas baixas do rio
Num solo
cristalino e prolífero
Originando o
berço da vida.
Rio
Tarauacá!
Das desovas
das tartarugas e dos tracajás (Cágados)
Da iguaria
indígena
De massa
visguenta
O saboroso
Mujangué (ou arabu)
Que saciava
a fome
Do caboclo seringueiro
Rio Tarauacá
Do valoroso
ribeirinho
Másculo de
brio que não dá por vencido
No barco ou
na canoa circula com seu ganha pão
Cultivado na
roça só Deus sabe a razão
Num vai e
vem incessante
Nas
cabeceiras dos ‘Rios’
O rígido
pilar da vida
Na
gigantesca região. (Hileia equatorial)
(Gilberto
Saavedra – 13/05/2018)
Publicado no
blog "Alma Acreana" de Isaac Melo.
Por: Copyright© 2023 @Flávio Santos
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