FILIPINAS PROMETEM
DAR RECOMPENSAS PARA QUEM MATAR CRIMINOSO
Recompensa por ferir bandido será de US$ 100.
Se matar, leva US$ 1 mil.
Em discurso, presidente disse que é preciso matar 5 bandidos por semana.
Em discurso, presidente disse que é preciso matar 5 bandidos por semana.
Rodrigo Duterte foi
candidato polêmico, mas acabou eleito nas Filipinas prometendo 'linha dura'
contra criminosos
(Foto: Reuters/Erik De Castro)
"Traficantes,
estejam prontos porque vamos destroçá-los", disse recentemente Ronald de
La Rosa, conhecido pelo apelido "A Rocha", que em breve será o novo
chefe da Polícia Nacional do país.
"Acumulem balas e armas,
estejam prontos para o combate. Vai ser uma luta até a morte", acrescentou
em sua mensagem aos criminosos.
De la Rosa foi nomeado nesta semana
por Duterte, eleito no último dia 9, após ter prometido durante a campanha que
acabaria com a criminalidade nos primeiros seis meses de seu mandato.
"Por que deveríamos ficar
preocupados em matar criminosos? Eu digo que temos que matar cinco criminosos
por semana para eliminar todos eles", disse o novo presidente em um
discurso.
Vários representantes do governo já
começaram a seguir as instruções de Duterte, embora a posse do polêmico
político esteja marcada para o próximo dia 30 de junho. Um deles é Tomas
Osmeña, prefeito eleito de Cebu, cidade da região central das Filipinas, que
ofereceu nesta semana recompensas para os cidadãos que eliminem criminosos. O
dinheiro será dado para policiais, agentes e civis sempre que a execução seja
justificada e arma utilizada estiver registrada.
"A
recompensa por ferir um criminoso será de 5 mil pesos filipinos (US$ 100) e 50
mil pesos filipinos (US$ 1.000) por criminoso morto", disse Osmeña. Quatro
dias depois de oferecer as recompensas, o prefeito eleito de Cebu entregou o
primeiro "prêmio" a um policial que, fora de serviço, interveio em um
roubo e feriu dois assaltantes.
"Por ferir
um ladrão, são 5 mil pesos. Mas como você fez isso fora de serviço, te daremos
o dobro. Parabéns!", disse o político quando entregou os 10 mil pesos
filipinos ao agente Julius Regis.
A proposta de Osmeña foi considerada
como "repugnante" pela Humans Right Watch (HRW), organização que
denunciou em várias ocasiões que Duterte comanda um grupo de assassinos de
aluguel em Davao, cidade da qual foi prefeito por mais de duas décadas.
"Fornecer incentivos
financeiros que a polícia mate criminosos é uma tentativa repugnante de
legitimar os esquadrões secretos de morte", afirmou a HRW em comunicado.
"Os filipinos, que durante anos
se sacrificaram enormemente pela responsabilidade e o estado de direito,
deveriam se opor a essas iniciativas dos políticos", acrescentou a
organização. Até o momento, Duterte está
cumprindo a promessa de lançar uma campanha brutal contra a criminalidade.
Pouco dias depois do anúncio de sua vitória, por exemplo, o novo presidente
afirmou que restaurará a pena de morte por enforcamento, abolida em 2006. A pena capital será aplicada contra
pessoas que tenham cometido crimes relacionados ao tráfico de drogas, estupros
ou roubos de veículos nos quais o proprietário for assassinado. Duterte também
deu ordens para que as forças de segurança "disparem para matar" caso
algum criminoso resista à prisão.
Fonte: g1.globo.com/mundo
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