CPI DA PETROBRAS: SEM CITAR POLÍTICOS,
RELATÓRIO GERA DISCUSSÃO
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O relatório
final da CPI da Petrobras, apresentado nesta segunda-feira (19) pelo relator
Luiz Sérgio (PT-RJ), gerou grande discussão entre os membros da comissão. A
falta de pedidos de indiciamento e a ausência de nomes de políticos na peça fez
com que sub-relatores pedissem vista do relatório, que tem até quinta-feira
(22) para ser aprovado.
O relatório
de Luiz Sérgio deduziu que a estatal foi vítima de um cartel de empreiteiras,
que contou com a ajuda de alguns funcionários. No texto, ele fez duras críticas
à Operação Lava Jato. No mesmo documento, que tem 773 páginas, o deputado não
cita pedidos de indiciamento e afirma categoricamente: “não há menção sobre o
envolvimento dos ex-presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e Graça
Foster, ou de ex-conselheiros da estatal, como a presidente Dilma Rousseff”.
Além disso, nenhuma menção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A falta de
indiciamentos incomodou o sub-relator Altineu Côrtes (PR-RJ), que pediu
mudanças no relatório final apresentado pelo relator da CPI. Côrtes, em seu
relatório temático que trata de superfaturamento e gestão temerária na
construção de refinarias, pediu o indiciamento de 50 pessoas envolvidas no
suposto esquema de corrupção.
Entre os
nomes citados por Côrtes estão o chefe de assessoria jurídica da Petrobras,
Nilton Maia, e o responsável pela venda de derivados de petróleo pela Petrobras
para a petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht, Raimundo Ferreira. O
deputado pediu ainda o indiciamento do empresário David Feffer, ex-controlador
da petroquímica Suzano, que teria sido comprada por valor acima do seu preço de
mercado pela Petrobras. Côrtes sugeriu o indiciamento dos executivos de todas
as empreiteiras apontadas como integrantes do cartel que atuava na Petrobras.
O primeiro
vice-presidente da CPI, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), considerou um
absurdo não haver citações ao ex-presidente Lula e da presidente Dilma, que foi
presidente do Conselho da Petrobras à época de decisões que levaram a
prejuízos, como no caso da compra da refinaria de petróleo em Pasadena, Texas
(EUA), em 2006.
A deputada
Eliziane Gama (REDE-MA) disse que o relatório desqualifica a corrupção
percebida pela Operação Lavo Jato. “Já existe no subconsciente da população que
toda CPI termina em pizza. Ouvimos vários depoimentos e temos elementos para
propor indiciamento. E o que vemos são apenas recomendações à Petrobras. Temos
de fazer diferente”, cobrou Gama.
O relator
Luiz Sérgio admitiu que poderá acatar sugestões de integrantes da CPI em
relação a indiciamentos. “Até a quinta-feira (22), vamos unificar os pedidos de
indiciamento em um único capítulo do relatório com base no que foi sugerido
pelos sub-relatores”, informou.
Por: http://anexo6.com.br/
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