quinta-feira, 23 de abril de 2015

MINHA BELA TARAUACÁ: 102 ANOS

-Lembranças de Tarauacá-


Lembro-te, correndo pelas calçadas, as brincadeiras de rua e do banho de rio quem sempre tomávamos pela manhã. Lembro que à noite, apenas a luz da lua por muitas vezes nos iluminava antes de dormir. Algumas noites quentes de inverno e outras tantas frias de verão. Penso-te a todo instante.

Os passeios com os amigos, o coreto lá na praça que tinha água colorida... As brincadeiras do circo, os caipiras de São João, os carros com tampas de latas correndo pela rua, o jogo bolinhas de gude no quintal do vizinho, a barra do furo, o brincar da ‘pira’ são pensamentos das inúmeras histórias que guardo na lembrança e que o tempo não levou.

A sensibilidade dos teus habitantes, o coração enorme cheio de carinho e amor que são os mais nobres sentimentos. Com o sorriso das pessoas nos rosto castigado pelo trabalho fadigante e isso são o que Tarauacá tem de melhor.

Pensando, fico refletindo com os pedacinhos de Tarauacá. Aos poucos a revejo e vão surgindo novos caminhos, prédios, novas estradas, supermercados, lindos carros, cores para ninguém achar sem graça, novas escolas, praças, grandes avenidas asfaltadas, até hotéis de luxo e muito mais. Tarauacá tem muita coisa bonita que surpreende meu olhar, mas tem outras que não gosto de ver. Nem de falar.

Tarauacá, todos sabem, é rio dos Paus e das Tronqueiras... dos índios. Uma miscigenação de gente. Gente que trabalha ou não, que chora e que rir, que cuida e descuida também. Gente que não sai do celular, gente que não ta nem aí para o que acontece. Gente pobre e bem de vida também, gente que só que ser compreendido. Gente que destrói, mas que constrói também. Gente que apenas por aqui passa, mas tem os que ficam também. Gente que procura e acha e os que nunca acham.

Hoje, minha querida Tarauacá, é assim que te vejo, com um coração que às vezes mergulha no teu passado, mas que na maioria dos meus momentos vive você no presente e te ama como você é, com suas qualidades e seus defeitos. 

Por: Flávio Santos

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