sábado, 25 de setembro de 2010

POESIA DA HORA:

RIBEIRINHO (Isaac Melo)



Canoa no porto
casinha de palha
soalho de paxiúba
jamaxi às costas
fogão à lenha...

Eu te louvo ribeirinho
o mais belo dos homens que ainda há
o teu viver desnuda teu ser 
o mundo não te conhece
e assim é melhor.
Vive em teu anonimato, é tua salvação!
Quando o mundo te descobrir
serás tragado pela civilização
é o decreto de tua morte
civilizar-se é perder a si mesmo
almejarão que pense, sonhe, seja como eles
civilizar-se é suicídio social....
Não deixa tua mata, cuide-a, ame-a
é teu lar, teu santuário, tua esperança
é teu inferno, é teu céu
o teu tesouro por lapidar.
Não te impressione com o mundo lá fora
suntuoso, belo, feito de títulos e cifras
ele te proporciona tudo 
e também te deixa sem nada
e de um jeito mais cruel:
sem teus sonhos, tua liberdade, tua alma...
É um mundo de realidades assentadas em ilusões.
Sê o que tu és e o mundo não terá poder algum sobre ti!

Eu te louvo ribeirinho!

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