segunda-feira, 23 de novembro de 2009

QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!!!

A suspeita já crucificou os braços de muitos inocentes

Na suspeita, os fatos vem antes das provas. Na suspeita o que vale é a presunção da culpa. Imagine o que a suspeita é capaz de fazer no campo do ciúme, da inveja, do orgulho, ou das acusações!

Conta-se que certo dia um lenhador perdeu o seu machado e passou a desconfiar que um jovem que morava nas redondezas o tinha roubado.

A partir daquele momento toda vez que olhava para o rapaz confirmava a suspeita do roubo. Pelo andar amalandrado, pelo olhar desviado, pelo sorriso zombeteiro, pelo seu jeito de ser, farseiro e ladrão.

Já não aguentava conviver com tantos fatos demonstrativos da autoria criminosa. Tinha alcançado um suposto juízo de certeza da culpa do moço.

Passados algum dias, o lenhador, cuidando de seu jardim, encontrou o seu machado, e se lembrou que o tinha deixado ali mesmo.

No outro dia, ao ver o menino, não percebeu nada de anormal. Era sempre o mesmo garoto, andar gracioso, olhar gentil, sorriso bonito, seu jeito era o de sempre, alegre e confiável, de família boa.

Aconteceu comigo também uma história parecida. Um eletricista foi até a minha casa para fazer alguns serviços, e neste mesmo dia eu tinha perdido a aliança de casamento. Dei uma busca geral, não encontrei, mas sabia que acharia.

Quando o eletricista foi embora começei a procurar com mais cuidado, procurei, procurei e comecei a me inquietar, porque a mulher cobrava com razão o uso da aliança. Então passei a desconfiar do eletricista. "Esse cabra achou meu meu anel e ficou pra ele".

No mesmo dia, à tarde, fui até o campo de futebol do meu bairro, e para minha surpresa vi o eletricista com meu anel no dedo, inclusive um pouco apertado. O jeito dele andar, a conversa desconfiada faziam aumentar minhas suspeitas. "Agora sei qual foi o momento em que ele achou o anel, por isso ele queria ir embora logo. Agora entendo porque ele fez o trabalho por um preço tão baixo."

Mas o que fazer? Não é da minha índole abordar ninguém para acusar dessa maneira, mas estava tomado pela revolta.Fui para casa indignado, já disposto a comprar outro anel para não ter confusão, nem falsas acusações ou constragimentos. Para mim ele era culpado e os fatos já tinham comprovado isso.

Resolvi no outro dia fazer as últimas buscas, e para minha supresa achei o anel dentro da fronha de um travesseiro. Que alívio meu Deus! Suspeitei de uma pessoa inocente! Que aprendizagem! Que lição! Que experiência!

E ontem, lendo a história do lenhador contada por Osho no livro Mente Tranquilalembrei-me o que ocorreu comigo, e que, com certeza, já ocorreu histórias semelhantes com muitas pessoas.

Muito cuidado, a suspeita já crucificou os braços de muitos inocentes. Não é o melhor caminho para a descoberta da verdade, não é o melhor caminho para a realização da justiça.

Por:SANDERSON SILVA DE MOURA

Um comentário:

Miller disse...

Isso acontece com todo mundo. Levantar suspeitas é uma arte engenhosa da mente humana, mas antes que nossa boca possa proferir uma acusação infundada é bom refletirmos e investigarmos os fatos. Afinal esse tipo de coisa sempre magos as pessoas. E uma palavra mal tida sempre traz grandes problemas.