O MAIS IMPONENTE TEATRO DO ACRE FAZ ANIVERSÁRIO
92 ANOS DO TEATRO JOSÉ POTYGUARA
Texto e Fotos: Isaac Melo |
26 de
janeiro de 1933, numa manhã chuvosa, era inaugurado, em Tarauacá-AC, o Teatro
Municipal, depois chamado Teatro José Potyguara, que constitui o mais antigo
teatro do Acre. Construído na administração do então prefeito José Florêncio da
Cunha, o Cazuzinha, avô de Djalma Batista, com projeto arquitetônico do
escritor e promotor de justiça José Potyguara e Antonio Murú Ramos de Menezes,
e acabamentos artísticos do português José Alves Maia.
A primeira
peça encenada no Teatro, três dias depois de sua inauguração, foi "Razões
do coração", do próprio José Potyguara, com números musicais do maestro
Mozart Donizetti, autor da música do Hino Acreano.
Depois da
inauguração, o Teatro ficou sob a responsabilidade da "Sociedade Sportiva
e Dramática Tarauacaense", fundada em 1925, a principal entidade cultural
da cidade, que resistiu até por volta de 1950.
O Teatro
foi, por longos anos, o principal ponto de encontro cultural da cidade, onde,
além das encenações, aconteciam os saraus, bailes e festividades. Abrigou, também,
um cinema e uma estação de rádio, em décadas posteriores, já em decadência
depois do apogeu experenciado na década de 1930.
Ainda hoje,
o Teatro, recém vitalizado, representa um marco na história patrimonial e
cultural da cidade de Tarauacá. É uma memória viva que resiste ao tempo e ao
descaso que tem enfrentado ao longo dos anos.
É preciso,
no entanto, torná-lo vivo, apoiar e promover, por exemplo, o surgimento de
novos grupos teatrais, estabelecer uma programação, torná-lo acessível às
diversas manifestações culturais da população, prezando sempre pela sua razão
de ser, a cultura.
TEATRO MUNICIPAL:
Revestiu-se
da mais ampla solenidade a inauguração deste próprio municipal de há muito
tempo desejado pela população culta de nossa urbs e quiçá de todo o Município.
A obra em apreço, é grandiosa para Seabra e construída com todos os requisitos
da moderna arquitetura, reunindo ao útil o agradável: muita estética, apesar de
ser uma construção mista – alvenaria e madeira e bastante plastica.
Às nove horas
em ponto, de quinta-feira, 26 corrente, apesar da chuva impertinente que
desabava, acorreram ao prédio o que Seabra tem de mais representativo:
magistrados, ministério público, comerciantes, magistério, representantes da
Fazenda Nacional, funcionários de diversas categorias, força pública,
representantes de classes, exmas. Famílias e o povo em geral, tendo o Exmo. Sr.
Prefeito Municipal, nessa ocasião, ocupado a presidência dos trabalhos,
começando por dissertar sobre o acontecimento que trouxe aquele auditório ao
recinto. Exordiou citando a fase de crise que atravessa este rincão pátrio – o
Acre, que apesar dos pesares, se ia arrastando devido, além de outras causas, a
ação operosa de seu Interventor Dr. Francisco de Assis de Paula Vasconcelos,
administrador honesto e criterioso, a quem Seabra devia, em grande parte a
desejada construção, jamais faltando aos pedidos que a formulava em benefício
do Município que administra e, ao terminar leu, aos presentes, uma relação dos
gastos feitos com a ereção de tão boa casa de diversões. Disse mais, e isto com
justiça, da parte saliente que tomou o distindo cidadão Dr. José Potyguara da
Frota e Silva, ilustre Adjunto de Promotor do 2.º Termo, a quem pertencia o
alvitre da construção do Teatro e que tão abnegadamente tem trabalhado em prol
do desenvolvimento da capital deste Município e demonstrando assim muito
querê-la, dando como inaugurado o Teatro seguindo-se à leitura da ata que
recebem a assinatura de todos os presentes é a seguinte:
Durante a
solenidade executou diversas peças a banda de música sob a regência do maestro
Mozart Donizetti.
A Reforma,
Tarauacá-AC, 29 de janeiro de 1933, ano XVI, nº 707, p. 1.
Texto e Foto: Isaac Melo
Por: Copyright© 2025 @Flávio Santos
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