domingo, 26 de janeiro de 2025

92 ANOS: TEATRO JOSÉ POTYGUARA EM TK:

O MAIS IMPONENTE TEATRO DO ACRE FAZ ANIVERSÁRIO

92 ANOS DO TEATRO JOSÉ POTYGUARA 

Texto e Fotos: Isaac Melo

26 de janeiro de 1933, numa manhã chuvosa, era inaugurado, em Tarauacá-AC, o Teatro Municipal, depois chamado Teatro José Potyguara, que constitui o mais antigo teatro do Acre. Construído na administração do então prefeito José Florêncio da Cunha, o Cazuzinha, avô de Djalma Batista, com projeto arquitetônico do escritor e promotor de justiça José Potyguara e Antonio Murú Ramos de Menezes, e acabamentos artísticos do português José Alves Maia.

A primeira peça encenada no Teatro, três dias depois de sua inauguração, foi "Razões do coração", do próprio José Potyguara, com números musicais do maestro Mozart Donizetti, autor da música do Hino Acreano.

Depois da inauguração, o Teatro ficou sob a responsabilidade da "Sociedade Sportiva e Dramática Tarauacaense", fundada em 1925, a principal entidade cultural da cidade, que resistiu até por volta de 1950.

O Teatro foi, por longos anos, o principal ponto de encontro cultural da cidade, onde, além das encenações, aconteciam os saraus, bailes e festividades. Abrigou, também, um cinema e uma estação de rádio, em décadas posteriores, já em decadência depois do apogeu experenciado na década de 1930.

Ainda hoje, o Teatro, recém vitalizado, representa um marco na história patrimonial e cultural da cidade de Tarauacá. É uma memória viva que resiste ao tempo e ao descaso que tem enfrentado ao longo dos anos.

É preciso, no entanto, torná-lo vivo, apoiar e promover, por exemplo, o surgimento de novos grupos teatrais, estabelecer uma programação, torná-lo acessível às diversas manifestações culturais da população, prezando sempre pela sua razão de ser, a cultura.

TEATRO MUNICIPAL:


Revestiu-se da mais ampla solenidade a inauguração deste próprio municipal de há muito tempo desejado pela população culta de nossa urbs e quiçá de todo o Município. A obra em apreço, é grandiosa para Seabra e construída com todos os requisitos da moderna arquitetura, reunindo ao útil o agradável: muita estética, apesar de ser uma construção mista – alvenaria e madeira e bastante plastica.

Às nove horas em ponto, de quinta-feira, 26 corrente, apesar da chuva impertinente que desabava, acorreram ao prédio o que Seabra tem de mais representativo: magistrados, ministério público, comerciantes, magistério, representantes da Fazenda Nacional, funcionários de diversas categorias, força pública, representantes de classes, exmas. Famílias e o povo em geral, tendo o Exmo. Sr. Prefeito Municipal, nessa ocasião, ocupado a presidência dos trabalhos, começando por dissertar sobre o acontecimento que trouxe aquele auditório ao recinto. Exordiou citando a fase de crise que atravessa este rincão pátrio – o Acre, que apesar dos pesares, se ia arrastando devido, além de outras causas, a ação operosa de seu Interventor Dr. Francisco de Assis de Paula Vasconcelos, administrador honesto e criterioso, a quem Seabra devia, em grande parte a desejada construção, jamais faltando aos pedidos que a formulava em benefício do Município que administra e, ao terminar leu, aos presentes, uma relação dos gastos feitos com a ereção de tão boa casa de diversões. Disse mais, e isto com justiça, da parte saliente que tomou o distindo cidadão Dr. José Potyguara da Frota e Silva, ilustre Adjunto de Promotor do 2.º Termo, a quem pertencia o alvitre da construção do Teatro e que tão abnegadamente tem trabalhado em prol do desenvolvimento da capital deste Município e demonstrando assim muito querê-la, dando como inaugurado o Teatro seguindo-se à leitura da ata que recebem a assinatura de todos os presentes é a seguinte:

Durante a solenidade executou diversas peças a banda de música sob a regência do maestro Mozart Donizetti.

A Reforma, Tarauacá-AC, 29 de janeiro de 1933, ano XVI, nº 707, p. 1.

Texto e Foto: Isaac Melo

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