COMUNIDADES INDÍGENAS E RIBEIRINHAS SÃO ATENDIDAS PELO PROJETO CIDADÃO DO TJAC
ESTA É A PRIMEIRA EDIÇÃO EM UM SERINGAL PROMOVIDA PELA NOVA GESTÃO
ADMINISTRATIVA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ACRE.
Emanuelly Falqueto | Comunicação TJAC
“Eu quero ter minha história. Nós fazemos
parte deste país e temos história”, comentou o cacique Amé Huni Kuin, da
Aldeia São Vicente, no rio Muru, em Tarauacá. A comunidade indígena fica há
três horas de barco a motor do seringal Paraíso, local onde estão sendo
realizados os atendimentos do Projeto Cidadão do Tribunal de Justiça do Acre
(TJAC), na quarta e quinta-feira, dias 19 e 20 de abril.
O cacique
contou que também é pajé e representante de 600 indígenas Huni Kuin e procurou
a ação social para colocar no documento de identidade sua etnia. Ele e mais 35
indígenas procuraram a ação social na quarta-feira, 19, com intuito de tirarem
documentos, especialmente, das crianças. Mas, nesta quinta-feira, 20, o cacique
ainda acessará os serviços do Casamento Coletivo.
O local de
atendimento foi a Escola Municipal Coronel José Marques de Albuquerque I e as
servidoras e servidores que trabalharam na ação foram de voadeira e batelão até
o lugar. Para quem foi de voadeira, um tipo de embarcação que comporta um motor
mais potente e é mais leve, a viagem durou em torno de cinco a seis horas de
Tarauacá até o seringal.
Já a equipe
que foi de batelão, um barco maior, onde pôde-se pendurar redes e ir
contemplando a paisagem do rio Muru, que é margeada pelas comunidades indígenas,
ribeirinhas, colocações e as grandes árvores típicas da floresta amazônica, o
trajeto durou dois dias, pois não é seguro navegar à noite, por causa dos
bancos de areia e os balseiros, que são os pedaços de madeira, troncos, árvores
que vêm flutuando pelo rio. Por isso, os 31 membros que estavam no batelão
foram recebidos na fazenda do seu Ezi Aragão para pernoitarem na segunda-feira,
17.
Para
promover mais esta edição do Projeto Cidadão, que teve uma ampla participação
das pessoas, o Poder Judiciário do Acre, contou com recursos do Ministério da
Justiça, mas foram essenciais os seguintes parceiros: Tribunal Regional
Eleitoral (TRE-AC), Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), a Defensoria
Pública Estadual (DPE/AC), o Instituto de Identificação da Polícia Civil, a
prefeitura e a Câmara de Vereadores de Tarauacá.
A juíza
substituta, Bruna Perazzo, que irá atuar na Comarca de Tarauacá, acompanhou a
comitiva da Projeto Cidadão e estreou na cidade atendendo a população com
serviços de orientação jurídica. Para a magistrada é essencial que o poder
público leve esses serviços até as pessoas que precisam.
“Está sendo bastante gratificante começar
minha carreira na magistratura prestando esse serviço tão peculiar e relevante
como o Projeto Cidadão. Trazer o serviço para a população carente para que
todos tenham acesso, tenham cidadania, tenham seus direitos. E se eles não tem
condições de ir é importante nós virmos até eles”, comentou Perazzo.
Por: Copyright© 2023 @Flávio Santos
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