NO AC, POLICIAL DO BOPE QUE MATOU MULHER EM ACIDENTE É RÉU NA
MORTE DE CRIANÇA EM OPERAÇÃO
JUSTIÇA HAVIA DECIDIDO QUE POLICIAL CUMPRIRIA MEDIDA CAUTELAR PELA
MORTE DA MENINA DE 11 ANOS NO PASSADO. PM SE APRESENTOU À POLÍCIA CIVIL, NESTA
SEGUNDA (20), APÓS ACIDENTE.
POLICIAL DO BOPE É UM DOS RÉUS NO PROCESSO DA
CRIANÇA DE 11 ANOS MORTA OPERAÇÃO EM RIO BRANCO — FOTO: ARQUIVO PESSOAL
O policial
do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no Acre, Alan Martins, envolvido
no acidente
que matou Silvinha Pereira da Silva, de 38 anos, é um dos cinco réus no
caso da menina Maria Cauane da Silva, de 11 anos, morta
durante operação da polícia no ano passado.
O G1 teve
acesso a informações do processo em que a Justiça determinou que o policial
cumpra medida cautelar pela morte da criança.
A princípio,
a PM-AC negou que o policial era do Bope e informou que ele era aluno sargento
da PM. Porém, o advogado confirmou que Martins é agente do Batalhão de
Operações Especiais e que está em formação para sargento.
O policial
se apresentou na delegacia da 4ª Regional da Polícia Civil, nesta segunda-feira
(20), após o acidente, segundo o advogado.
“Fizemos a
apresentação espontânea dele perante a autoridade policial. Nos colocamos à
disposição para esclarecer qualquer coisa relativa ao acidente, inclusive, ele
fez exame de corpo delito”, disse o advogado.
O delegado
responsável pelo caso, Fabrizzio Sobreira, disse que o inquérito foi instaurado
na segunda e que até esta terça (21), três testemunhas já foram ouvidas.
Segundo ele, o motorista do veículo só deve ser ouvido posteriormente.
Morte da criança:
Cauane
morreu em maio do ano passado, após ser atingida por um disparo de fuzil
usado pela Polícia Militar do Acre (MP-AC) em uma ação policial no bairro
Preventório, em Rio Branco.
Além de
Cauane, foram mortas mais duas pessoas durante um tiroteio entre facções rivais
e a polícia. Na época, o Bope informou que o tiroteio começou após os policiais
fazerem uma operação na área.
Conforme o
processo, um laudo
balístico apontou que o tiro que matou a menina partiu da arma usada por
Martins. O Ministério Público do Acre (MP-AC) pediu a prisão preventiva dos
réus, mas o juiz indeferiu o pedido e fixou as medidas cautelares.
Entre as
medidas estavam suspensão do porte de arma fora do serviço, ir para atividade
administrativa da polícia, comparecimento mensal em juízo e não sair da comarca
sem autorização judicial.
Um ano após
a morte da menina, familiares e amigos fizeram um ato em frente ao Comando
Geral da PM para
pedir a prisão dos responsáveis. Durante o ato, os familiares usaram
cartazes e, em alguns momentos, gritavam pedindo por justiça.
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