TIRO QUE MATOU CAUANE DE 11 ANOS DURANTE OPERAÇÃO DO BOPE NO
AC
SAIU DE FUZIL DA PM, CONCLUI LAUDO
O laudo
feito pelo Instituto de Criminalística concluiu que o tiro que matou a menina
Maria Cauane da Silva, de 11 anos, no mês de maio no bairro Preventório, em Rio
Branco, foi disparado de um fuzil usado pela Polícia Militar do Acre (PM-AC). A
informação foi confirmada pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa
(DHPP) nesta quarta-feira (15).
Além da
menina, foram mortas mais duas pessoas na ação. O Batalhão de Operações
Especiais (Bope) informou, na época, que criminosos tinham subido o morro de
barco e tentado retomar a área, que é dominada por uma facção rival. O Bope
afirmou que os criminosos chegaram atirando e a menina foi usada como escudo.
A versão foi
contestada pelos familiares das vítimas. As famílias alegaram que não houve
troca de tiros e nem confronto entre as facções rivais e sim que o Bope havia
tirado o eletricista Edmilson Sales de dentro de casa para matá-lo. Já a menina
havia sido morta por acidente.
“O laudo
concluiu que o projétil que atingiu a menor partiu de uma das armas utilizadas
pelas forças policiais. Foi comprovado que houve o confronto no local e que um
dos projéteis encontrado no local foi deflagrado pela polícia. O inquérito já
foi concluído e remetido para a Justiça. Está a cargo do Ministério Público do
Acre”, destacou o delegado Rêmulo Diniz.
O Instituto
de Criminalística informou que não está autorizado a falar sobre o caso. Porém,
detalhou que foram entregues para a perícia 11 fuzis usados na ação do Bope,
uma carabina calibre 22, um revólver calibre 38 e uma pistola ponto 40.
Ao G1, a PM
informou que vai se posicionar ainda nesta quarta através de nota. Diniz falou
também que o caso está com o Ministério Público do Acre (MP-AC) e corre em
segredo de Justiça. “Como ele é o titular da ação, só eles que podem divulgar
maiores detalhes agora”, concluiu.
Entenda o
caso:
No dia 15 de
maio, Edmilson Sales, de 38 anos, foi morto a tiros durante uma operação do
Bope no bairro Preventório. Além dele, Maria Cauane da Silva, de 11 anos, e
Gleito Silva Borges, de 36, também acabaram mortos na ação.
Na época, o
Bope informou que teve acesso a um vídeo onde criminosos exibiam armas de
grosso calibre e cantavam músicas de ostentação. A versão da polícia é de que
um grupo criminoso tentou retomar a área após ela ser dominada por uma facção
rival e alegou que houve troca tiros.
Já a família
alegou que os policiais já chegaram atirando. “Tiraram ele de dentro de casa e
mataram. Foi a polícia que atirou, não teve nada de facção. Mataram a menina da
mulher, não teve outra desculpa para inventar, mas não foi assim. Estavam desde
cedo na região. Só que entraram lá e não acharam nada”, contou Luana de Sales,
de 30 anos, mulher do eletricista na época.
Luana falou
que na hora da ação as filhas do casal estavam dentro da casa. A menina de 11
anos era vizinha do eletricista. Luana acusa ainda a polícia de ter colocado
uma arma ao lado do marido.
“Eles
forjaram. Nós temos testemunhas. Querem jogar pra cima dos que morreram porque
não podem se defender. Mas, não foi assim que a banda tocou. Mataram a criança
num acidente e inventaram isso”, reclamou.
Com base nas
denúncias dos familiares, o MP-AC instaurou um inquérito para apurar os fatos. FONTE:
Por:
Copyright© 2018 @Kbym
Nenhum comentário:
Postar um comentário