"RAZÕES DO CORAÇÃO"
A razão quer
falar, o coração quer escutar;
A razão quer
mandar, o coração quer partilhar;
A razão quer
definir, o coração quer sentir;
A razão quer
calcular, o coração quer arriscar;
A razão quer
determinar o futuro, o coração quer gozar o presente;
A razão quer
regras, o coração quer espontaneidade;
A razão quer
medir as palavras, o coração expressa-as sem medo;
A razão quer
manipular, o coração quer apenas se expressar sem jogar;
Enfim, o que
determina meu amor por alguém? A razão quer determinar características
específicas: altura, peso, cor dos olhos, tipo físico etc... mas o coração
ignora a razão porque, como diz Saint Exupery, " o essencial é invisível
aos olhos" e é por isso que O CORAÇÃO realmente TEM RAZÕES QUE A PRÓPRIA
RAZÃO DESCONHECE, como dizia Blaise Pascal... (André Carlos Massolini).
A frase do
escritor francês Blaise Pascal, "O coração tem razões que a própria razão
desconhece", nos obriga a pensar quais são estas razões proclamadas pelo
coração.
Ao falar
sobre o coração, Pascal não se refere exatamente aos sentimentos, mas a um tipo
de inteligência, de conhecimento que a própria razão não pode compreender nem
justificar.
De acordo
com Martinho Carlos Rost, no Módulo 15, Unidade 2, do Curso de Filosofia em
Pausa para Filosofia, e baseado no livro Convite à Filosofia, p.70
(Marilena Chauí), nesta frase as palavras “razões” e “razão” não têm o
mesmo significado. Elas indicam coisas distintas. “Razões” são os motivos
do coração, são as paixões e as emoções, enquanto “razão” é o nome que damos à
consciência intelectual e moral. Ao dizer que o coração tem as suas próprias
razões ele afirma que as emoções, os sentimentos ou as paixões são as causas de
muito do que fazemos, dizemos, queremos e pensamos. E ao dizer que a razão
desconhece as razões do coração, ele afirma que a consciência intelectual e
moral possuem seus motivos ou suas próprias razões diferentes das paixões e dos
sentimentos.
Assim sendo,
a frase de Pascal, segundo Martinho Carlos Rost, pode ser traduzida da seguinte
maneira: Nossa vida emocional possui causas e motivos que são as paixões ou os
sentimentos, e é diferente de nossa atividade consciente, seja como atividade
intelectual ou moral. Coração e razão são diferentes. A razão, enquanto
consciência moral é a vontade que não se deixa dominar pelos impulsos do
coração. Se alguém “perde a razão” é porque está sendo dominado pelas “razões
do coração”. E se alguém “recupera a razão” é porque o conhecimento intelectual
e a consciência moral se tornaram mais fortes que as paixões. FONTE:
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