AUDIÊNCIA PÚBLICA: VIOLÊNCIA EM TARAUACÁ
"Para que possamos combater a violência em Tarauacá. Alguém tem que começar!!!"
A situação de medo e intranquilidade vigente em
Tarauacá, estar longe de ser resolvida, porém a tomada de algumas medidas é
necessária para que tenhamos a “sensação” de maior segurança em nosso meio
social. Por outro lado pensamos: Se a
violência é urbana, pode-se concluir que uma de suas causas é o próprio espaço
urbano de Tarauacá? Nos bairros mais carentes, nas quais a presença do
Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais facilmente. Assim,
acontece nos bairros da Praia e Triângulo e tantos outros, onde a população vendem suas casas
com medo da violência.
Esses espaços são segregados, são áreas urbanas em
que a infra-estrutura urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico,
energia elétrica e iluminação pública, transporte, lazer, cultura, segurança
pública) é precária ou insuficiente, e há baixa oferta de emprego ou quase nenhum.
Há quem diga que a pobreza é a maior causa da
violência. Não é a pobreza que causa a violência. Se assim
fosse, áreas extremamente pobres do Nordeste não apresentariam como apresentam
índices de violência muito menores do que aqueles verificados em outras áreas do
país.
A desestruturação familiar é causa, porque sem laços familiares fortes, a
probabilidade de uma criança vir a cometer um crime na adolescência é maior.
Mas a desestruturação de sua família pode ter sido iniciada pelo assassinato do
pai ou da mãe, ou de ambos. Temos exemplos claros acerca desse assunto aqui
mesmo em Tarauacá.
Também não é o desemprego. Mas o desemprego de
ingresso – quando o jovem procura o primeiro emprego, objetivando sua inserção
no mercado formal de trabalho, e não obtém sucesso – tem relação direta com o
aumento da violência, porque torna o jovem mais vulnerável ao ingresso no mundo
das drogas e na criminalidade. Na verdade, o desemprego, ou o subemprego, mexe
com a auto-estima do jovem e o faz pensar em outras formas de conseguir espaço
na sociedade, de ser, enfim, reconhecido.
OS CAMINHOS PARA A
SOLUÇÃO
Para um enfrentamento das causas de uma violência,
a participação de toda a sociedade
tarauacaense – cobrando tanto soluções do Poder Público como se organizando
em redes comunitárias de proteção e apoio, de desenvolvimento social e mesmo de
questões de segurança pública – pode ser um caminho. Não significa substituir
as funções do Estado, mas trabalhar em conjunto. E é importante não transformar
o diagnóstico, a identificação das causas, em motivo para mais violência. Afirmar que as áreas urbanas mais
desprovidas de recurso facilitam a criminalidade não significa dizer que os
moradores dessas áreas sejam culpados. Na verdade, além de enfrentar condições
precárias de subsistência, essa população ainda é a principal vítima de crimes
violentos.
Grande parte das ações necessárias está na gestão urbana
de nossos governantes acriano. Como a segurança pública é tarefa do Estado, é
preciso haver integração entre políticas urbanas e políticas de segurança
pública entre nossos governantes.
A escola também é um ponto importante: espaço privilegiado de convívio e de formação da
pessoa precisa ter qualidade e se integrar à comunidade a sua volta. Escolas
que permanecem abertas nos finais de semana, para uso da comunidade, conseguem
quase eliminar o vandalismo em suas dependências.
Além de uma escola pública melhor, fazem parte da lista de ações recomendadas por
quem estuda a violência uma polícia melhor equipada, remunerada e um Poder
Judiciário mais ágil.
Por: Flávio Pereira dos Santos
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