A MATEMÁTICA DO VEREADOR
"Uma crítica
bem fundamentada e bem feita é extremamente melhor para o crescimento do ser
humano do que um elogio. Se a pessoa nunca é criticada é porque ela não tem
defeitos ou porque seus defeitos estão sendo encobertos, propositalmente ou
não. Sabendo-se da impossibilidade da primeira opção, resta a segunda. Uma
avalanche de elogios sufocando as críticas.
A maioria
dos candidatos tenta ganhar seus votos à custa de críticas aos adversários,
quando deveriam colocar na mesa suas próprias qualidades e defeitos. Sobem no
palanque de mãos dadas com os partidários (ou seriam apenas animadores de
palco?) e descrevem uma lista de defeitos alheios. Falam da roupa, da família e
dos bens. Se não fez obra é incompetente, se o fez, fez mal feito.
O que mais
se vê no cenário político é um indivíduo sendo acusado pela oposição e todos
seus companheiros de legenda o protegendo. A famosa blindagem. Seus defensores
vão à bancada para defendê-lo e simplesmente citam erros e mais erros dos
adversários, como se o erro do adversário desse a ele o direito de errar
também. Como se fosse uma disputa de erros. Só é punido quem tiver o maior.
Num grupo,
seja político ou não, onde há uma ideologia compartilhada, o verdadeiro papel
dos componentes deste grupo é prezar pelo grupo. E por isso deveriam ser os
primeiros a criticarem. Como uma família onde os pais são responsáveis por
manter a ordem, os partidários deveriam também dar uns puxões de orelha nessas
ovelhas desgarradas.
Infelizmente
é sempre assim. O cruzeirense coloca defeito no time alvinegro em vez de
colocar no seu. Os do partido A, em vez de pedir a cassação dos corruptos do
partido, dizem que o partido B que roubou primeiro. O candidato da oposição, em
vez de criar uma proposta verdadeira e possível de se cumprir, faz sua campanha
em cima de erros da situação.
E junto com
isso vêm todas as desculpas pra lá de esfarrapadas. “O aumento foi aprovado
porque a legislação permite”. Permitir é muito, mas muito diferente mesmo de
obrigar. “Votei sem me atentar para o valor”. Desatenção acontece com todo
mundo mesmo, matemática é muito difícil e não há ninguém para se consultar. “O
pão de 9 vai ser agora dividido em 13”. Se um pão para 9 é suficiente para
13, então um pão para 5 seria suficiente para 9" (Luiz
Fernando Silva)
Por: Copyright© 2016 @Kbym
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