“QUERO,
PRIMEIRAMENTE, AGRADECER A DEUS POR ESTAR NOS AJUDANDO A FAZER ESSA TRAVESSIA
DIFÍCIL, APÓS A PERDA DAQUELE QUE HAVÍAMOS ESCOLHIDO PARA NOS GUIAR NESSA
DIFÍCIL TAREFA DE MUDAR O BRASIL. MUDAR COM A VISÃO DE QUE SE COMEÇA O NOVO NO
NOVO, CORRIGINDO OS EQUÍVOCOS PRATICADOS E ENCARANDO OS DESAFIOS DESSE INÍCIO
DE SÉCULO”.
MARINA SILVA
Marina Silva nasceu pelas mãos de sua avó, que era parteira na
localidade de Breu Velho, em Rio Branco, capital do estado do Acre, em 8 de fevereiro de 1958. Descendente de africanos
e portugueses, foi registrada com o nome de Maria Osmarina Silva de Souza,
sendo filha do seringueiro cearense. Pedro Augusto da Silva e da dona de casa Maria
Augusta da Silva. O nome Marina, decorrente de um apelido dado por sua tia, foi
acrescentado por ocasião da eleição de 1986, quando os candidatos ainda não
podiam usar alcunhas nos nomes oficiais.
Durante
sua infância e parte de sua adolescência, Marina viveu com sua família em uma
palafita chamada Breu Velho, no seringal Bagaço,
a 70 km do centro de Rio Branco. Seus
pais tiveram onze filhos, dos quais oito sobreviveram. Em 1967, a família
deixou o seringal em Bagaço para ir a Manaus abrir uma
taberna, mas durou pouco tempo. Cinco meses depois, eles foram a Santa Maria no
Pará, onde a situação era ainda pior. Em 1969, a família voltou para o seringal
com a passagem paga pelo ex-patrão do pai de Marina. Aos 10 anos, Marina Silva
começou a trabalhar no seringal para pagar a dívida que a família contraiu com
o patrão.
Quando
Marina tinha quinze anos, a mãe Maria Augusta faleceu vítima de inúmeras
doenças adquiridas pela falta de infraestrutura no local onde viviam.
Aos
quinze anos, foi viver na zona urbana de Rio Branco, para tratar de sua saúde.
Havia contraído hepatite, porém os médicos atestaram ser malária. Na
mesma época, duas de suas irmãs faleceram, uma vítima de sarampo e outra
vítima de malária. Fixou-se definitivamente em Rio Branco em 1974, recebendo os
cuidados do então bispo do Acre, Dom Moacyr Grechi, que a
acolheu na casa das irmãs Servas de Maria.
Em
Rio Branco, seu primeiro trabalho foi de empregada doméstica, abandonando seu plano
inicial de ser freira. Ao longo de sua adolescência e juventude, Marina Silva
teve inúmeros problemas de saúde, tais como malária,
contaminação por mercúrio e leishmaniose.
Seu
primeiro casamento ocorreu em 1980 e resultou em dois filhos: Shalon e Danilo.
A união terminou em 1985. No ano seguinte, em 1986, casou-se com Fábio Vaz de
Lima, técnico agrícola que assessorava os seringueiros de Xapuri.
Desse casamento, que dura até hoje, Marina teve Moara e Mayara.
Em
2010, ano de sua candidatura, a jornalista Marília de Camargo César lançou uma
biografia com reportagens e momentos da vida de Marina. O livro, "Marina,
a Vida por uma Causa", foi prefaciado por Fernando Meirelles e publicado pela
editora Mundo Cristão.
Em
2011 foi anunciado que a editora Mundo Cristão fechou contrato com a Cineluz
Produções, da cineasta Sandra
Werneck, cedendo os direitos de adaptação do livro em filme. A
longa-metragem está em projeto e a produção não tem data definida para iniciar
as filmagens, porém estava previsto para que fosse rodado em 2012. Em 2014
Werneck divulgou que as filmagens foram adiadas pela falta de patrocínios. Desde
do início do projeto, Marina declarou que não quer que a obra cinematográfica
tenha cunho político.
Na
abertura dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 carregou a bandeira com os
anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
o maestro argentino Daniel
Barenboim e prêmios Nobel. O convite foi realizado pelo Comitê
Olímpico Internacional como reconhecimento pelo seu trabalho na proteção do
meio ambiente.
Marina
Silva, aos 42 anos, mudou de lado. A militante católica, que nos anos 80 esteve
ao lado do líder seringueiro Chico Mendes na formação das comunidades eclesiais
de base do Acre, converteu-se à Igreja Evangélica. A mulher que pensava em ser
freira e pregava a Teologia da Libertação, circula pelo Congresso Nacional com
a Bíblia a tiracolo, mas agora com novos princípios religiosos. O livro sagrado
transformou-se em uma espécie de agenda que acomoda suas anotações, bem como os
lembretes do dia-a-dia. “Tem gente que guarda a Bíblia no armário, eu guardo o
armário na Bíblia”, brinca ela, que decidiu assumir publicamente sua nova opção
de fé.
A
escolha ocorreu, na verdade, em 1997, quando Marina Silva adoeceu. Acamada,
frágil e com a visão e locomoção deficientes, em razão de problemas
neurológicos devido à contaminação com mercúrio, ela previu a morte. Mas sua
recuperação coincidiu com a época em que começou a freqüentar a Igreja
Evangélica, por influência de amigos. “Fui em busca de um milagre, mas o maior
milagre foi a experiência que passei a ter da bênção de Deus”, conta. Alcançada
a graça, ela se converteu. Hoje é uma fiel assídua da Igreja Bíblica da Graça.
O
mercúrio esteve presente na trajetória de Marina Silva desde os 6 anos. A
contaminação deu-se depois de ter ingerido um remédio para curar-se de
leishmaniose. Muito tempo depois, ela veio a descobrir que o medicamento
continha um componente tóxico. Esse problema, na verdade, a levou à primeira
opção marcante em sua vida: a candidatura ao Senado Federal. A então deputada estadual
pelo PT do Acre tratava-se da doença em São Paulo, quando decidiu concorrer ao
Senado. Em 1994, encarou a maratona eleitoral a bordo de um fusca, ano 1986.
Marina foi a candidata mais votada, com 63 mil votos. Depois de um mandato em
que elegeu o meio-ambiente sua maior bandeira, foi candidata à reeleição em
2002.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Marina_Silva
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