quinta-feira, 16 de julho de 2015

SER JOVEM HOJE:

JUVENTUDE, VIOLÊNCIA E POLÍTICAS PÚBLICAS


A categoria Juventude, considerada como um período de vida entre 15 e 24 anos, é uma invenção da sociedade moderna industrial. Até os anos 50, em face da idéia funcional contida no projeto de civilização ocidental, “ser jovem” era viver um interstício entre o mundo da criança, sem responsabilidades, e o mundo adulto, voltado às responsabilidades do trabalho, da família e das exigências da sociedade. Aqui, a instituição escolar, nas perspectivas de classes adotadas nessa realidade, caracterizou-se como sendo o local institucional específico para auxiliar o jovem na passagem da vida “pré-adulta” à adulta, sem desconsiderar o papel da família.

Hobsbawm (1995, p. 317), ao falar da revolução cultural da metade do século XX, mostra como a juventude (período que se estende da puberdade até a metade da casa dos vinte) se transforma em um grupo com "consciência própria e se torna um agente social independente". Para o autor, a base dessa "consciência começa no conflito de geração e de sexo, no seio da família". No caso, Hobsbawm está apontando um aspecto positivo atribuído à juventude das décadas de 60-70. Na época, os jovens tiveram importante papel diante da radicalização política, em face da guerra fria.

Em Morin (1986), apreende-se que o movimento de juventude vai além da política, uma vez que se inscreve também na cultura. Há, no mundo, o desencadeamento da internacionalização de um aspecto da cultura que inclui os jovens, difundida por intermédio dos símbolos emitidos pela música, cinema, moda. O autor denominou-a “cultura de massa”. Nesse movimento de consolidação da cultura de massa, vê-se reforçada a idéia da condição do “ser jovem”.

Para Pierre Bourdieu (1983: 112), restringir o movimento de juventude para uma condição, uma preparação ao mundo do trabalho, significa reproduzir hierarquias em que “cada um deve se manter em seu lugar”. Para ele, essa caracterização dá à juventude a condição de ser apenas uma palavra. Bourdieu tem razão, em parte, uma vez que esse interstício limitava-se aos jovens favorecidos, o que implicaria uma redução do que se denominou “cultura juvenil”, valorada com base em comportamentos, atitudes, estilos, modos histórica e socialmente em composição que, de uma forma ou de outra, contrapõem-se aos padrões (ou padronizações) esperados (as).

Hobsbawm (1995: 320) entende que a dimensão da idéia de juventude não é nova; o que é novo e importante ressaltar no período é que seu modus operandi mudara. Eis aqui a novidade. A juventude dessa época tinha uma predisposição de buscar o prazer com o corpo, numa afronta às regras, à ordem e aos valores do capitalismo (vide os movimentos de contracultura). Já no fim do século XX, segundo Hobsbawm (idem: 328), a revolução cultural representa o “[...] triunfo do indivíduo sobre a sociedade, ou melhor, o rompimento dos fios que antes ligavam os seres humanos em texturas sociais”.

Por: Google.com

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