CASAMENTO NO ACRE
O jornal Página 20 às vezes se supera. A edição de hoje traz uma reportagem interessante, assinada por Leonildo Rosas e Chagas Batista, ideal para aquele quadro "Me leva Brasil", de Maurício Kubrusly, que é exibido no Fantástico, da Rede Globo.
A reportagem revela a história do ex-seringueiro Adelson Cariolando, de Tarauacá, que já teve 120 mulheres, é pai de 38 filhos e chegou a conviver com três mulheres na mesma casa durante nove anos.
- Trabalhava dia e noite para dar o sustento a elas. Se eu comprasse uma barra de sabão para uma, tinha que comprar para todas. Cada uma tinha seu quarto e suas coisas, suas criações de galinha, porco, pato, e todas educavam bem os filhos. Tinha época que nasciam três crianças por ano dentro da mesma casa. Quando isso acontecia, eu tinha que produzir mais borracha e aumentar a criação de galinhas - conta Cariolando.
Outro bom material, na mesma edição do jornal, encontra-se na coluna Papo de Índio, onde o antropólogo Terri Aquino transformou em artigo a entrevista que fez com o índio Zé Correia, da etnia jaminawa do Caeté, um povo tradicional em busca de terra e saúde para sobreviver no Acre.
Perguntado sobre regras de casamento, Zé Correia explicou:
- Também segundo a nossa tradição, se uma mulher tiver gestante e dez homens transarem com ela, todos eles são considerados pais dessa criança. Por isso que vira uma familiarização grande. Tem que saber qual é o original pra não casar os dois do mesmo original, porque isso leva a maior desmoralização da comunidade. E não é só isso, dá medo das crianças nascerem aleijadas, porque é parente muito próximo.
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