quarta-feira, 26 de maio de 2010

MENINO DE SERINGAL QUE VENCEU NA VIDA

'ESSE É O MEU MESTRE ISAAC MELO"




Meu pai, Zé Lima, foi seringueiro nas cabeceiras do rio Tarauacá, num seringal chamado Boca de Pedra, quando Melo, nosso primo, era o seringalista. Nunca estive naquelas paragens, mas ouvia, saudoso, meus pais a ela se referirem. Tempos difíceis. Minha mãe nasceu por aqueles lados. Lá nasceram também meus primeiros irmãos. E lá moravam os pais de minha mãe: Hibernon Alves de Melo, grande conhecedor da medicina natural, e Maria Engracia de Melo.

Já eu nasci no seringal Sumaré, quando era seringalista o sr. Luis Madeiro, meu avô (de criação). Meus pais compraram um pedaço de suas terras, à margem esquerda de quem sobe o rio, e foi aí que passei toda a infância e parte da adolescência. Esse seringal distava quase três dias de viagem da cidade de Tarauacá.

Ali, pela primeira vez, sentei num banco de escola. A professora chamava-se Célia Moura, filha do saudoso Chico Crente, que era nosso vizinho. Mas, digamos que eu era um aluno não muito afeito aos estudos. Gostava mesmo era de ir tirar goiabas, comer cereja, me fartar de cajarana. A casa do seu Chico era cercada por fruteiras, um paraíso para a criançada. Um paraíso que a gente suava para chegar, já que era em cima de uma enorme terra. Lá de cima via-se o marulhar das águas do rio das tronqueiras a denunciar quem nele vinha na volta de cima ou na de baixo.

+NO BLOG DO ISAAC MELO 2010

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