Caros colegas eu peço,
De vocês a atenção
Para ouvir esses versos
Sendo a segunda versão
Do folheto do Meleiro
Nosso grande garanhão.
Ele é bom de mulher
Ninguém pode duvidar
Papa tudo e pega todas
Não adianta reclamar
Dentro do Bahamas Cowtry
Não deixa nada escapar.
Cada uma mais bonita
Não fique você com mágoa
A beleza das beldades
É tristeza que deságua
Aleijada e curubenta
Que da nó em pingo d’água.
Ele pegou uma mulher
Essa era meio louca
Levou para sua casa
Achando que ela era broca
Tinha uma perna de pau
Guardaram no guarda-roupa.
Essa aleijada era
Tarada que só o cão
Pegou esse Gamileira
Parecia um furacão
Deu-lhe uma pisa de cama
Esfregou-lhe pelo chão
O Meleiro viu as gatas
Com essa perna cotó
Ela rodava na cocha
Parecia um cão bicó
Não tinha quem dissesse
Que ela tinha uma perna só.
Outro dia ele agarrou
Uma feia que doía
Ela tinha um olho cego
A cara dava agonia
E pra completar as coisas
Estava com disenteria.
Levou ela para casa
E foi grande a confusão,
Deu logo uma dor de barriga,
Causou-lhe uma convulsão
Defecou a casa toda
Não dava pra ver o chão.
O Meleiro viu aquilo
Disse agora estou ferrado,
Minha casa está fedendo
Vai da um trabalho danado
Mas antes eu tivesse trazida
O danado do veado.
O Meleiro depois dessa
Disse eu vou melhorar
Não ando, mas nesse clube
Vou caçar em outro lugar
Vou para o forró dos velhos
Melhor de Tarauacá.
Logo na primeira noite
Ele começou dançando,
Puxou pra perto uma velha
E saiu se requebrando
Com a cabeça no ombro
Ela estava cochilando.
A velha disse Meleiro
Não posso mais suportar
Essa paixão por você
Não da para agüentar,
Me leve pra sua casa
Para nós dois namorar!
Foram parar em um quarto
E foi grande a confusão
A velha tirou a roupa
Os peitos bateram no chão
A velha disse Meleiro
É grande a excitação.
O Meleiro mergulhou
Por debaixo da pelanca
Era grande a peitaria
Ele quase que arranca
A velha gemia muito
Deitados em uma banca.
A banca quebrou as pernas
Eles caíram no chão
A velha por cima dele
Gritava feito um dragão
Dizia para o Meleiro
Você é meu garanhão.
Ele pegou seus dois peitos
E de pressa deu um nó
E disse venha pra cá,
Que eu não quero ficar só
Ponha a chapa na estante
Minha querida vovó.
Outra noite ele pegou
Uma coroa animada,
Mas logo ele percebeu
Que a danada estava grávida
Mas um cabra como ele
Não é de injetar nada.
Levou ela para o motel
E fez logo ela saber
Que o cúmulo da pontaria,
É difícil de fazer
É comer uma mulher grávida
Acertar o cú do bebe.
O Meleiro disse agora
Só me resta procurar,
Um terreiro de macumba
Para se desenrascar
Melhorar um pouco as coisas
Nesse amado lugar.
Chegando ao terreiro
O Pai de Santo disse assim:
-Sua situação é preta
Sente-se bem longe de mim,
Pois eu acho que isso pega
Não quero isso pra mim.
04
Benzeu ele bem de longe,
Para caninga acabar
Disse você se acalme
Que é difícil de curar
Só existe uma maneira!
Para você escapar.
O remédio pra você
Tem efeito colateral
Você vai ficar broxa
Não usa mais o bilal
Mas garanto sua cura
Desse horroroso mal.
Meleiro disse: - Paim
Você deixe no que tá
É melhor pegar as feias,
Do que pra nada prestar
O que eu tenho de valioso
O senhor quer me tirar.
Aqui termino esses versos,
Perdoe-me a brincadeira
Mas é uma homenagem
Ao Raimundo Gamileira
O garanhão das mulheres
Das feias as parideiras.
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