quinta-feira, 24 de setembro de 2009

UM GRANDE ESCRITOR ACREANO:


“Solidão e Guerra no Fim do Mundo”

Romance do jornalista Archibaldo Antunes
Mostra a Revolução Acreana Unindo Ficção à Realidade

Em constante briga com o perfeccionismo, o jornalista trava uma outra batalha, que é encontrar o apoio de empresários para a publicação. Archibaldo diz que, com algumas exceções, o empresariado local não foge à regra da elite brasileira que não lê e tampouco adquire a consciência de investir na arte, independentemente da maneira que é expressada, pensando apenas no lucro financeiro. Acredita que, mais que um dever, o investimento é uma obrigação.

Livro

“Por um rápido instante, mirando o barro grudado às suas botas, o espanhol se deu conta de quão absurda era a vida - e a sua ainda mais absurda que todas as outras. Pois num momento se via investido na humilde função de repórter do Comércio do Amazonas, após feliz temporada em Buenos Aires e no Rio de Janeiro, para em seguida se tornar funcionário do Consulado Boliviano em Belém do Pará, e logo mais presidente aclamado de uma República no meio do nada. Agora viajaria na condição de preso político até Manaus, depois Recife e finalmente até a Europa dos seus amores precoces e saudades secretas.”

A vida

Nascido no Amapá, Archibaldo escreveu pela primeira vez para um jornal aos 17 anos. Em 1991, levou uma de suas crônicas para ser publicada em um semanário dirigido pelo jornalista Elson Martins, que considera seu maior professor. Assim que leu o texto, Elson o convidou para fazer um estágio no jornal.

Em setembro de 1994, Archibaldo decidiu ir morar no Japão. Sua estadia no império do sol nascente durou pouco mais de um ano. Uma experiência que acrescentou em sua visão as diversidades e individualidades culturais do mundo. De volta ao Amapá, Archibaldo trabalhou na Assessoria de Comunicação do governo do Estado, mas logo trocou o posto pelas redações - dessa vez para ser repórter de polícia, área onde ganhou destaque pela maneira com que escrevia, diferente dos padrões adotados pelos colegas de profissão.

Em 1997, ele aterrissou no Acre para seguir com seu projeto maior, que é escrever profissionalmente e entrar no mercado editorial brasileiro. Um objetivo difícil de ser alcançado, mas que afirma ter paciência, o que não quer é sua obra publicada de qualquer maneira, sem qualidade. “Escrevo para fazer a diferença. É o que sei, não sei fazer mais nada. Meu tribunal é esse e se tiver de esperar 10 anos para publicar meu livro, eu espero.”

Obra

Quando participou do 3º Concurso de Contos da Universidade Federal do Pará, Archibaldo conquistou o segundo lugar e teve seus textos como leitura obrigatória por dois anos consecutivos no vestibular da Universidade Federal do Amapá. Em sua curta experiência como poeta, teve algumas de suas obras publicadas no livro de poemas da Fundação Cassiano Ricardo, de São Paulo.

O jornalista aguarda resposta das editoras e busca apoio para publicação do romance, que teve base em pesquisas e estudos, principalmente no livro “Formação Histórica do Acre”, de Leandro Tocantins, e a colaboração do historiador Marcos Vinícius. Preciso nas datas e momentos históricos de batalha, o autor leva ao cenário personagens fictícios. “Minha vaidade não é ter meu nome em um livro e uma noite de autógrafo. É escrever para as pessoas lerem, um produto de qualidade. Escrever é tomar partido, inclusive de quem não sabe ler, para compartilhar esse universo que é a literatura. Talvez a alfabetização seja a bandeira de luta dos escritores.” Por: Andréa Zílio-Página 20.

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