SAÚDE: EX-SOLDADO DA BORRACHA
COMEMOROU 102 ANOS NESTA SEXTA-FEIRA
Edson Machado Portela chegou ao Acre em
dezembro de 1944 (Foto: Cedida)
Seu Edson
Machado Portela comemora neste dia 11 de março, 101 anos de vida. A saúde já
não é a mesma de quando chegou ao Acre, mas a data é comemorada pela família
com alegria. Em 2015, na comemoração dos 100 anos, reuniu parte dos 14 filhos,
48 netos, 50 bisnetos e um trineto.
Natural da
cidade de Crateus, no Ceará, aos 29 anos de idade, por conta de um decreto
governamental, teve que escolher entre combater na 2ª Guerra Mundial ou vir
para o Acre trabalhar nos seringais. A promessa era de que seria indenizado
pelo governo norte americano. O que nunca ocorreu.
Edson
Machado Portela chega ao Acre como soldado da borracha nº 29.761. A saída de
Fortaleza, Ceará, foi no dia 22 de agosto de 1944. Mais de quatro meses depois,
no dia 27 e dezembro chegaram ao seringal União, localizado em Vila Seabra
(atual cidade de Tarauacá), distante 408 km da capital, Rio Branco.
“Durante esses meses que passaram em viagem, meu avô e os homens recebiam
treinamento de guerra e sofriam com as moléstias amazônicas. Muitos deles ficaram
pelo caminho”, relata a neta Márcia Cristina Portela de Mesquita.
No centenário de vida, filhos e parte dos 40
netos e 50 bisnetos estiveram em Rio Branco
Chegando ao
Acre os imigrantes, que ficaram posteriormente conhecidos como “soldados da
borracha”, enfrentaram as barreiras geográficas, fenômenos meteorológicos
diversos, o contato com animais silvestres, doenças tropicais e, sem as
orientações corretas, disputam espaço com indígenas que habitavam a
região. “Meu avô e os demais soldados tiveram aqui um trabalho desafiador de
reabrir os seringais de seringa nativa e produzir o látex para abastecer os
países aliados na guerra mundial”, lembrou Márcia.
O cearense
casou-se com Francisca de Souza, nativa, filha de mãe indígena e pai paraibano.
Foram mais de 40 anos com a família nos seringais acreanos. Além das atividades
com a seringa, trabalhavam na agricultura e praticavam pesca e caça de
subsistência. “Mesmo com o trabalho árduo, resistiram às inúmeras doenças, às
feras e não enriqueceram com o suor derramado nas estradas de seringa”,
ressaltou.
Após
completar 65 anos de idade, teve acesso a uma aposentadoria de “Soldado da
borracha”. A indenização recebida recentemente, no valor de R$ 25 mil, veio
após a perda de parte da memória, mas é parte da memória, não só da família,
mas da história do Acre. “Meu avô é um homem, que apesar da pouca educação,
criou todos os filhos voltados para o trabalho. Foi temido na juventude e
respeitado pela seriedade e honestidade dispensada ao próximo. Por isso nossa homenagem
a ele pelos 101 anos de vida”, concluiu. FONTE: AQUI:
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